MATA BOI E O LOBISOMEM
Vou contar uma história
Dos tempos de antigamente
De um homem que não tinha medo
Nem de bicho nem de gente
Por que era cabra macho
Sem medo e inteligente
Sua fama de homem bravo
Se “espaiou” pelo sertão
Foi se embora nestas terras
E foi parar no “fio” do cão
Que apavorava o povo
De toda região
Quando era lua cheia
Era aquela apreensãoO povo se reunia
com o coração na mão
e o lobisomem uivando
até defunto tirava do chão
Mas todo este medo
Estava prestes a acabar
Quando apareceu ali
Quando apareceu por lá
Tonhão Mata boi
O verdadeiro cabra do ceará
O povo via nele
O sonho de libertação
De destruir o lobisomem
E acabar com o “fio” do cão
Terminar com esse medo
Quando era lua cheia
O papel se invertia
Tonhão Mata boi
Ficava fora feito vigia
E pra surpresa do povo
O lobisomem correu para a sacristia
Quando a noite ia embora
E já raiva o dia
O povo se reuniu
E foi à sacristia
Ver o que aconteceu
Na noite daquele dia
Pegaram faca
Os meninos com baladeira
E Tonhão no seu alazão
Pra certificar
Que foi embora o “fio” do cão
Olharam pra sacristia
E só viram destruição
O padre sem roupa alguma
Deitado de bruços no chão
Virou-se com vergonha
E disse: -Deus te abençoe irmão
Passou-se alguns dias
E nenhuma novidade
Até que apareceu
O lobisomem na cidade
E Tonhão ficou de cara
Em vez de sentir medo
Ele não se apavorou
Deu um murro no lobisomem
E ai o bicho pegou
O povo tomou coragem
E pra cima avançou
O lobisomem viu
Aquela grande multidão
Deu um pulo grandioso
E correu feito uma bala de canhão
O povo correu atrás
Com suas armas na mão
Mas logo, logo
O povo pegaram ele
E na prisão o meteu
E o delegado no papel
De autoridade
Viu o que aconteceu
Quiseram matar a peste
Mas logo viram que não
Por que por trás daquele monstro
Havia um cidadão
Que sofria toda noite
O preço de uma “mardição”
E o delegado disse
Chame o padre pra cá
E a ser homem ele voltar
O padre pediu
A Deus Nosso Senhor
Este pobre pecador
Que não tinha culpa
De ser um mostro assustador
E passaram-se os anos
E tudo voltou ao normal
O homem da “mardição”
Não virou mais animal
E continua a vida
Na sua terra natal
Do Tonhão Mata boi
Nunca mais se ouviu falar
Foi se embora pro sertão
Para onde Deus o levar
Mas sua história ficou
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