sábado, 18 de fevereiro de 2012


MATA BOI E O LOBISOMEM

Vou contar uma história

Dos tempos de antigamente

De um homem que não tinha medo

Nem de bicho nem de gente

Por que era cabra macho

Sem medo e inteligente

Sua fama de homem bravo

Se “espaiou” pelo sertão

Foi se embora nestas terras

E foi parar no “fio” do cão

Que apavorava o povo

De toda região

Quando era lua cheia

Era aquela apreensão

O povo se reunia

com o coração na mão

e o lobisomem uivando

até defunto tirava do chão

Mas todo este medo

Estava prestes a acabar

Quando apareceu ali

Quando apareceu por lá

Tonhão Mata boi

O verdadeiro cabra do ceará

O povo via nele

O sonho de libertação

De destruir o lobisomem

E acabar com o “fio” do cão

Terminar com esse medo

E destruir esta “mardição”

Quando era lua cheia

O papel se invertia

Tonhão Mata boi

Ficava fora feito vigia

E pra surpresa do povo

O lobisomem correu para a sacristia

Quando a noite ia embora

E já raiva o dia

O povo se reuniu

E foi à sacristia

Ver o que aconteceu

Na noite daquele dia

Pegaram faca

E a espingarda lá na mão

Os meninos com baladeira

E Tonhão no seu alazão

Pra certificar

Que foi embora o “fio” do cão

Olharam pra sacristia

E só viram destruição

O padre sem roupa alguma

Deitado de bruços no chão

Virou-se com vergonha

E disse: -Deus te abençoe irmão

Passou-se alguns dias

E nenhuma novidade

Até que apareceu

O lobisomem na cidade

E Tonhão ficou de cara

Com a própria “mardade”

Em vez de sentir medo

Ele não se apavorou

Deu um murro no lobisomem

E ai o bicho pegou

O povo tomou coragem

E pra cima avançou

O lobisomem viu

Aquela grande multidão

Deu um pulo grandioso

E correu feito uma bala de canhão

O povo correu atrás

Com suas armas na mão

Mas logo, logo

O lobisomem se rendeu

O povo pegaram ele

E na prisão o meteu

E o delegado no papel

De autoridade


Viu o que aconteceu

Quiseram matar a peste

Mas logo viram que não

Por que por trás daquele monstro

Havia um cidadão

Que sofria toda noite

O preço de uma “mardição”

E o delegado disse

Chame o padre pra cá

E a ser homem ele voltar

O padre pediu

A Deus Nosso Senhor

Pra ele livrar

Este pobre pecador

Que não tinha culpa

De ser um mostro assustador

E passaram-se os anos

E tudo voltou ao normal

O homem da “mardição”

Não virou mais animal

E continua a vida

Na sua terra natal

Do Tonhão Mata boi

Nunca mais se ouviu falar

Foi se embora pro sertão

Para onde Deus o levar

Mas sua história ficou

Gravada no contos deste lugar


Autor: Paulo Marcelo

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